terça-feira, 28 de outubro de 2008

Atividade da Campanha de Zanon

Na sexta-feira, dia 24 de novembro, no Centro Acadêmico de Ciencias Sociais (CACS) da PUC-SP, foi realizada uma atividade em apoio a luta de Zanon. Foi uma atividade social bastante movimentada, com roda de samba, cerveja, cartazes sobre Zanon e exibição do filme Fasinpat.

O interesse sobre a gestão operária na fábrica Zanon vem aumentando entre os estudantes e trabalhadores que tomam contato desta campanha. No Congresso de Estudantes da Unesp e Fatec que aconteceu recentemente na cidade de São José do Rio Preto também se realizou a exibição e discussão do filme de Zanon com 50 estudantes. O debate durou mais de 1h30 e uma lista foi preenchida de companheiros que desejam viajar até Neuquén para conhecer pessoalmente a fábrica ocupada e gerida por seus trabalhadores.

Fotos da atividade na PUC-SP











quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Informe desde Zanon

Processaram por evasão tributária a ex-diretores de Zanon

EXPROPRIAÇÃO SEM INDENIZAÇÃO COMO UM ATO DE JUSTIÇA!!!

Segundo a agência de notícias DyN “ justiça Federal de San Isidoro processou a ex-diretoria da falida empresa Zanon por delito de evasão tributária agravada... A lista inclui dois ex-diretores e seis integrantes da diretoria. As fontes explicaram que o julgamente foi conseqüência do desastre econômico da empresa, que terminou falindo e cuja planta em Neuquén é autogerida pelos trabalhadores”.

Depois de 10 anos de luta aonde viemos denunciando o esvaziamento e as manobras econômicas por parte de Zanon e seu grupo econômico, agora como produto de nossa luta tiveram que reconhecer semelhante fraude. Estes empresários amparados sempre pelo poder político de então, tiveram total impunidade para roubar não somente os operários senão a toda a comunidade de Neuquén.

Por isso nossa reclamação é completamente legítima: expropriação sem indenização e sob gestão dos únicos que soubemos defender esta unidade produtiva à serviço da comunidade, os trabalhadores.

Já não ficam excusas, a família Zanon e seu grupo econômico devem responder com suas propriedades e seu patrimônio a este roubo.

A fábrica deve ser expropriada sem pagamento e sob controle operário, como um ato de justiça para que fique definitivamente à serviço da comunidade.

ZANON BAJO GESTION OBRERA - SINDICATO CERAMISTA DE NEUQUEN

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Informe de imprensa

NeUQUEN, 21 DE OUTUBRO 2008

ZANON, continuamos a luta pela expropriação definitiva

Ontem se venceu o prazo da nossa Cooperativa Fasinpat, por falta de respostas do governo provincial e nacional a nossa reclamação de Expropriação definitiva, o conflito segue aberto.
Mais de 7 anos de controle operário a serviço da comunidade, os 470 trabalhadores ceramistas convocamos pela manhã a uma conferencia de imprensa para anunciar que a luta continua.
Por um lado o juiz do leilão no comercial Rafael Barreiro deve resolver nestes dias o pedido de prorroga por um ano mais, que pedimos para continuar com a cooperativa Fasinpat administrando a fábrica até que consigamos a expropriação. Enquanto não chega a solução, a cooperativa continua em funcionamento.
E pior cenário político seria que o Juiz Barreiro resolvesse ir contra os trabalhadores e ditasse a posse por parte do sindico para avançar no leilão da fábrica.
Em Neuquén o governo Jorge Sapag, depois de 10 meses de gestão manifestou que agora tem vontade política de trabalhar na Expropriação de Zanon, mas até agora não se tem avançado em nada de concreto. Na semana passada se comprometeu o ministro Jorge Tobarez em começar a realizar uma avaliação da fábrica, mas ainda o dia de ontem não tem começado.
A situação política-econômica para os trabalhadores não é a mais favorável, estamos no meio de uma crise financeira mundial que novamente tentarão pagar aos trabalhadores e o povo, esta crise gera pelos governos de então e seus empresários.
Este governo provincial de Jorge Sapag vem de reprimir a famílias sem vivendas em Neuquén, entregou os recursos naturais da província por 20 anos mais e votou a favor a estatização da dívida milionária de Aerolíneas Argentinas.
Leva sete anos sem soluções à gestão operária de Zanon o que demonstra sua falta de vontade política.
Por isso, para além dos discurso e compromissos mantemos nosso plano de luta junto as organizações regionais e nacionais que nos vem apoiando para conseguir a expropriação definitiva de Zanon.
Imprensa e difusão, operários de Zanon.


Alejandro Lopez 0299154299136
Raul Godoy 0299154052657
Alberto Esparza 0299154299136

sábado, 18 de outubro de 2008

Comunidado de imprensa de Zanon

Sábado, 18 de outubro de 2008-10-18

Comunicado de Imprensa

Nesta segunda-feira, 20 de outubro, conferência de imprensa junta a todas as organizações da região às 10 horas na fábrica
(rodovia KM 7, Parque industrial, Neuquén)


Na segunda-feira, 20 de outubro, vence o prazo de Fasinpat para administrar a ex-cerâmica Zanon. A gestão operária que levamos adiante os 470 trabalhadores ceramistas durante mais de 7 anos está numa etapa de definições.

Por um lado apresentamos o pedido de prorrogação ao juiz comercial n. 18 de Buenos Aires, para continuar a administração da cooperativa por mais um ano, o juiz deve resolver durante esta próxima semana.

Aqui na província o governo provincial reconhece que o projeto de lei de Expropriação é a saída mais viável ao conflito. Esta decisão se conseguiu com um grande trabalho de solidariedade e luta de toda comunidade. É importante dar-lhe continuidade até conseguir a votação do projeto de Expropriação na Legislatura provincial.

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Campanha pela expropriação de Zanon




Neuquén, Patagonia, Argentina.
Campanha pela Expropiação de Zanon

Os operários e operárias de Zanon levamos quase 7 anos de Gestão Operária de nossa fábrica. Fomos, os operários, junto às organizações em luta e à comunidade quem impedimos o fechamento da fábrica diante de um lock out patronal. Colocamos a fábrica para produzir, multiplicando seus postos de trabalho, as colaborações à escolas, hospitais, refeitórios e famílias.

Trabalhamos conjuntamente com trabalhadores, professores e estudantes de universidades e das escolas. Compatilhamos nossa luta com o Povo Mapuce em defesa de seus direitos.
Milhares de artistas, intelectuais, trabalhadores empregados e desempregados, personalidades, tanto a nível nacional como internacional, têm dado amostras de solidariedade permanente.
Zanon Sob Gestão Operária se tornou um emblema de luta, não somente na região, como a nível nacional e internacional.

Desde o principio estamos lutando pela Expropriação da fábrica como um ato de justiça, de legitimidade.

Há 7 anos, conseguimos ter o reconhecimento de nossa gestão através da Cooperativa Fasinpat (Fábrica sem patrão). Mas novamente teremos que enfrentar o vencimento de uma nova prorrogação.

Em outubro deste ano, cumprimos 7 anos de luta, no entanto no dia 20 de outubro se vencem os prazos da cooperativa.

Por isso convocamos a todas as organizações operárias, estudantis, sindicatos, organizações sociais, políticas e de DDHH, a multiplicarem iniciativas de solidariedade à esta luta pela Expropriação de Zanon, nossa única e verdadeira saída.


Convocamos todos a seguir para fazer parte desta luta, difundindo, fazendo atividades, e conseguindo assinaturas e adesão que apóiem nosso projeto de expropriação exigindo ao poder político seu tratamento.


Em defesa da Gestão Operária,
pela Expropiação Definitiva de Zanon.

Enviar adesões a:
prensaobrerosdezanon@neunet.com.ar
expropriacaodezanon@yahoo.com.br
info@legislaturaneuquen.gov.ar *
www.legislaturaneuquen.gov.ar
gobernador@neuquen.gov.ar

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Texto de Leonardo Boff sobre Zanon

A democracia entrou na fábrica
Leonardo Boff

Indubitavelmente a democracia é o melhor modelo de organização política que a humanidade já excogitou. No entanto, lá onde se introduziu no contexto de relações capitalistas de produção, vive em permanente crise. Por sua própria lógica interna, tais relações produzem desigualdades sociais e exclusões que corroem pela base a idéia mesma de democracia. Democracia que convive com miséria e exploração se transforma numa farsa e representa a negação da própria democracia. É notório que a democracia sempre parou na parta da fábrica. Lá dentro vigora, com elogiosas exceções, a ditadura dos donos e de seus administradores. Não obstante esta contradição, nunca cessa a vontade de fazer da “democracia, valor universal”, sonho imorredouro do notável teórico italiano, Norberto Bobbio, ou a “democracia sem fim” de Boaventura de Souza Santos, quiçá o melhor pensador político português, quer dizer, a democracia como projeto a ser realizado em todos os âmbitos da convivência humana e indefinidamente perfectível.
Em todas as partes, se procura romper o pensamento único e o modo único de produção capitalista, inventando formas participativas de produção e abrindo brechas novas pelas quais se possa concretizar o espírito democrático.
Recentemente, tive a oportunidade de assistir o exercício democrático de produção dentro de uma fábrica de cerâmica na cidade de Neuquén no sul da Argentina, na porta de entrada da Patagônia. Trata-se da Cerâmica Zanon, que pertencia a um grupo econômico multinacional, cujo dono principal era Luis Zanon, da empresa Ital Park, testa de ferro da privatização das Aerolineas Argentinas e um dos cem empresários mais ricos na Argentina. Este empresário, em 2001, estava prestes a decretar a falência da empresa. Chegou a demitir 380 operários e, ao mesmo tempo, tomava milionários empréstimos de vários organismos financeiros, para com a falência sair enriquecido. Tratava-se, portanto, de uma falência fraudulenta, como depois foi provado.
Os operários resistiram, começaram a se organizar e se articular com outras entidades sindicais, movimentos sociais, universidades, igrejas e diretamente mobilizando a sociedade civil local e até a nacional. Todos os intentos por parte da polícia de desaloja-los foram frustrados. Os operários assumiram a direção da fábrica de forma democrática, organizaram a complexa produção de cerâmica, de alta qualidade, com maquinaria moderna de origem italiana. Decretada a falência em 2005, trocaram o nome da fábrica. Agora se chama “Fasinpat”(fabrica sin patrones). Democraticamente ajustaram os departamentos, introduziram a rotatividade nas funções para todos poderem aprender mais, fizeram parcerias com a universidade local. Não só. A fábrica não se reduz a produzir produtos materiais mas também cultura, com biblioteca, visitação de escolas, shows multitudinários no grande pátio, colaboração com os indígenas mapuche que ofereceram sua rica simbologia assumida na produção. Lá trabalham 470 operários produzindo mensalmente 400 mil metros quadrados de vários tipos de cerâmica de comprovada qualidade.
Fazia gosto de ver o rosto dos operários desanuviados, libertos da servidão do trabalho alienado, contentes de estar levando avante a democracia real nas relações produtivas que se revertiam em relações humanizadoras entre eles. Sua postulação é que o Estado exproprie a fábrica, sem pagar as dívidas por terem sido fraudulentas e entregue a gestão aos próprios operários a serviço da comunidade através de obras públicas como construção de casas populares, postos de saúde, colégios e outros fins sociais. Como se depreende, a democracia pode sempre crescer e mostrar seu caráter humanizador.

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Cronologia da Gestão Operária

Zanon sobre gestão operária
7 anos de luta e produção junto à comunidade [1]

CERÂMICA ZANON É DO POVO

Cerâmica Zanon é uma fábrica localizada em Neuquén. Foi fundada em 1980, durante a ditadura militar, praticamente subsidiada pelo Estado. Era parte de um grupo econômico multinacional, dono do Ital Park e testa de ferro das privatizações da Aerolíneas Argentina e acionista de Telefe, entre outros. Luís Zanon depois da ditadura foi parte de um seleto grupo de empresários que viveu e cresceu das mãos de Menem e Sobisch, recebendo subsídios milionários, incentivos fiscais, etc.
Luís Zanon foi catalogado em 2000 pela revista Fortuna como um dos 100 primeiros empresários com maiores lucros da Argentina.
Nesse contexto (ano 2000), este empresário apresenta um “preventivo de crise” que incluía refinanciamento da dívida e demissão de 120 trabalhadores. Durante esse processo renegociou e solicitou novos empréstimos milionários do Banco Mundial, do Governo Provincial de Neuquén, de Bancos das Ilhas Cayman, etc. Os trabalhadores, cansados de demissões e manobras por parte da patronal, recuperamos nossa organização sindical. Primeiro nossa Comissão Interna, votando delegados de base com um método de trabalho – A ASSEMBLÉIA. Com a finalidade: a unidade da fábrica de efetivos, contratados, afiliados, não afiliados, diaristas, mensalistas, etc. Desde então nos relacionamos com trabalhadores de outros grêmios, com organizações de desempregados, de direitos humanos, com estudantes e com a comunidade e seus problemas.
Depois, com o mesmo método recuperamos o Sindicato Ceramista de Neuquén, que agrupa 4 fábricas na província. Os trabalhadores já denunciávamos desde então o esvaziamento e as manobras que estes empresários estavam fazendo, e a fraude que vinham levando adiante pedindo empréstimos e créditos enquanto esvaziava a fábrica.

[1] Folder publicado pelos ceramistas de Zanon como parte de sua campanha pela expropriação da fábrica


OS TRABALHADORES E NOSSA HISTÓRIA

2001

1 de outubro: a empresa anuncia que não pagará os salários, enquanto retira o serviço de transporte, o serviço médico e de saúde e o serviço de lanche.
O s operários realizamos Assembléias e denunciamos a situação na Subsecretaria de Trabalho e na imprensa: começava o Lock out patronal.
Resolvemos manter os turnos de trabalho em defesa de nossos direitos. Coloca-se em funcionamento novamente a “Comissão de Mulheres” de Zanon.
Em Assembléias posteriores, resolvemos montar tendas fora da fábrica ao lado da Rodovia 7 exigindo a reativação da cerâmica com TODOS os postos de trabalho.

31 de outubro: a justiça sentencia o lock-out patronal ofensivo contra Zanon. Se forma a defesa operária na fábrica e o embargo de 40% do stock para os salários. A empresa denuncia usurpação; pede o imediato despejo. Anuncia, além disso, o “perigo de explosão” da fábrica. A “justiça neuquina emite uma ordem de despejo”.

28 de novembro: Zanon despede os 380 trabalhadores

30 de novembro: os trabalhadores marchamos a Casa de Governo. Reprimem-nos brutalmente, com 19 ceramistas detidos. São libertados pela tarde ante uma mobilização massiva.

19 de dezembro: os operários realizamos a primeira doação de cerâmicas ao Hospital Regional de Centenario para a Sala de Espera do Laboratório. Os companheiros do Movimento dos Trabalhadores Desempregados (MTD) de Neuquén doam a mão-de-obra.

19 e 20 de dezembro: os operários de Zanon participamos das mobilizações que se realizaram em Neuquén, enquanto se sucedia a queda do governo de De la Rúa.

2002

24 de janeiro: Zanon apresente seu plano de “reativação” com somente 62 operários. Mais de 300 ficávamos sem trabalho.

2 de março: Zanon começa a produzir novamente sobre controle operário com 260 postos de trabalho.

7 de março: ante 4.000 pessoas a Bersuit Vergarabat toca em solidariedade com os operários/as de Zanon.

12 de março: Os companheiros Mapuches oferecem seus canteiros de argila para a produção.

5 de abril: Primeira produção de 20.000 metros quadrados de cerâmica.

15 de abril: Coloca-se em produção a série Cerâmica Operária desenha pelos trabalhadores.

29 de abril: Sai o primeiro números de “Nuestra Lucha”, periódico operário. Depois sairia “Nuestra Lucha” radiofônica.

1 de maio: Ato massivo na porta da fábrica. Tendas ao lado da rodovia. Comida na Panela Popular. Ato conjunto: Zanon, CTA, ADUNC, Unter, organizações piqueteiras.

19 de maio: se põe em produção a série Mapuche, apontando a união que existe entre os operários e o Povo Mapuche.

21 de maio: Segunda tentativa de despejo da fábrica, desta vez ordenada pelo Juiz do Leilão Páez Castañeda. Exige que os síndicos tomem posse da fábrica.

15 de junho: se assina o convênio entre a Universidade Nacional de Camahue e os operários/as de Zanon, consistente na colaboração por parte da universidade com a Gestão Operária e a defesa da educação pública.

26 de junho: mobilização nacional de organizações piqueteiras e de trabalhadores com uma pauta de reivindicações entre as quais a solidariedade com Zanon e o pedido de exproprieação. Em Avellaneda assassinam aos companheiros Kosteki e Santillán.

16 de julho: apresentamos o “Projeto de Administração Operária Transitória” realizado com o apoio da Universidade Nacional de Comahue e a Universidade de Buenos Aires. O juiz nunca contestou.

7 de agosto: criamos os 10 NOVOS POSTOS DE TRABALHO destinados as organizações de desempregados.

9 de agosto: Terceira tentativa de despejo.

10 de agosto: Primeiro encontro da Coordenadoria do Alto Valle.

2 de outubro: Ex-dirigentes do sindicato com barras de ferro se colocam do lado de fora da fábrica para evitar que produzamos e preparam a quarta tentativa de despejo. Acaba com vários trabalhadores feridos. Numa reunião multisetorial se define o apoio e mobilização à porta da fábrica.

17 de outubro: se apresenta na Legislatura provincial o Projeto de Expropriação e Estatização da Cerâmica Zanon.

Novembro: Primeira viagem internacional a Itália, França e Inglaterra financiada por organizações solidárias. Depois se iria a Brasil, Venezuela, Alemanha, Bélgica, Chile, Espanha, etc.

15 de novembro: Assinamos o Convênio com a Universidade Popular das Mães da Praça de Maio.

2003

24 de fevereiro: criamos 30 novos postos de trabalho. Se sumam aos médicos, psicólogos sociais e outros profissionais que trabalham na planta.

29 de março: Caravana Nacional a Zanon, encabeçada por Mães da Praça de Maio.

8 de abril: Quinta Tentativa de Despejo. Paralização provincial da CTA, e enorme mobilização da comunidade em apoio e em defesa da gestão operária.
KIRCHNER: a 8 de abril, em Centenário, disse: “se me pergutarem que faria com Zanon, lhes digo que não ficaria com os braços cruzados, tomaria a decisão que tenho que tomar e sem dúvida a fábrica seguiria funcionando. O Estado não pode olhar para outro lado (...).
SOBISCH e BRILLO disseram: “a solução é política (...)”.

22 de junho: Chegamos as 50.000 assinaturas que apóiam nosso projeto de Lei de Expropriação e Estatização de Zanon sobre Gestão Operaria.

30 de junho: Se produzem mais de 120.000 metros quadrados de cerâmicas por mês. A 15% da capacidade total da fábrica e a 50% do que fabricava Zanon antes de abandonar a fábrica.

25 de novembro: Mobilização de companheiros do MTD no Bairro San Lorenzo. Duríssima repressão, que incluiu balas de chumbo, numerosos feridos. Neste episódio lhe dispararam 64 balas de borracha ao companheiro Pepe Alveal, o prendem e o deixam ferido e sem atenção médica durante horas, produto disso este companheiro perdeu a visão em seu olho esquerdo.

2004

Fevereiro: se forma e se apresenta a Cooperativa de trabalho Fasinpat (fábrica sem patrões)

Agosto: Dia da criança em Zanon com milhares de crianças festejando. Bolas, refrigerante, jogos, filmes. Desde longínquos bairros de Neuquén chegam à fábrica para festejar seu dia.

Setembro: inauguração do Centro de Saúde da Nova Espanha, obra realizada integralmente pela Gestão Operária de Zanon. Neste mês também se leva adiante o recital de Ataque 77 no pátio da fábrica com a segurança garantida entre operários e a comunidade.

Setembro: nova prisão e ameaças ao companheiro ceramista Pepe Alveal. Se realiza uma conferência de imprensa para denunciar o abuso policial.

8 a 10 de outubro: Se realiza o Encontro de Mídia Alternativa

Novembro: Se monta uma barraca de Zanon frente ao Congresso Nacional. Uma semana de atividades acompanhadas por artistas: León Gieco, Victor Heredia, Fontova, Las Manos de Filipi, Ciro Pertusi de Ataque 77, La Bersuit, Teresa Parodi, Arbolito, e uma longa lista de artistas. Palestras e difusão com a presença de Osvaldo Bayer, Vicente Zito Lema, o advogado Ricardo Moner Sans. Encontros e atividades com organizações em luta: sindicatos de desempregados, estudantis, etc
Apresenta-se no Congresso Nacional nosso projeto de Lei de Expropriação e Estatização sem indenização e sobre gestão operária da fábrica, que conta com a assinatura de 25 deputados nacionais.

Dezembro: Festival solidário em Zanon com León Gieco, Raly Barrionuevo, Cesar Cabezas, e a presença de Ciro Pertusi de Ataque 77. Parte do arrecadado é usado na operação de Emanuel.
Também em dezembro, Luis Maganaro, ministro da segurança da província, ataca publicamente os dirigentes sindicais ceramistas, da CTA e deputados da oposição tratando-os de delinqüentes e “inimigos” da província.

2005

Janeiro: Primeiro trabalho programado de manutenção da fábrica.

Fevereiro: Ameaças de morte a dirigentes ceramistas e a sua família.

Março: Agressões físicas contra esposas de trabalhadores de Zanon, escanda-lo provincial. Isto se dá no marco de ameaças e agressões contra a Defensoria do Menor, dirigentes de Aten e deputados da oposição. Visita de Pérez Esquivel à região para solidarizar-se.
Neste mês se realiza uma paralisação provincial da CTA, os ceramistas, a universidade e uma mobilização massiva na capital neuquina, enquanto se realizava um ato solidário na Casa de Neuquén em Buenos Aires.

Junho: Prepara-se “Um metro quadrados de poesia” com poemas inéditos de Juan Gelman escritos em cerâmicos. Isto é colocado em todas as bibliotecas públicas, colégios e hospitais em distintos pontos do país.

Julho: Aprovam-se os novos Estatutos do Sindicato Ceramista de Neuquén (diminui-se os prazos dos mandatos, cargos rotativos e maior quantidade de delegados por fábrica).

Agosto: Diante a enorme quantidade de provas, o juíz do leilão de Zanon determina a falência da fábrica.

Outubro: O juiz da falência autoriza a cooperativa a administrar a fábrica por um ano (até outubro de 2006).

Novembro: realizamos um mural a pedido dos familiares de Cromañon.

Dezembro: Convenção Constituinte de Neuquén: os operários apresentamos um projeto de cláusula transitória, com mais fundamentos políticos e econômicos.
Recital solidário de La Renga em Fasinpat com a presença de 10 mil pessoas, presentes trabalhadores de sindicatos e fábricas de todo país.

2006

Janeiro: Os operários de Zanon somos recebidos pelos representantes da Convenção. O MPN e os Radicais se negam a tratar o tema na convenção e se forma uma Comissão de cada bloco legislativo para tratar a expropriação apenas para se reabrir o trabalho na legislatura. Dito compromisso NUNCA MAIS SE CUMPRIU.

Maio: mobilização conjunta de todos os sindicatos até a Legislatura. Os operários de Zanon entregamos 50 mil assinaturas de apoio ao nosso projeto de lei.

Agosto: deputados se reúnem com o juis do leilão de Zanon. Conclusão: “a solução é política”, lhe havia dito o juiz.

Setembro: inauguração da casa da família Azócar na ocupação “Rincón del Valle”. Uma família numerosa cujos pais faleceram num acidente automobilístico. Os operários de Zanon votamos construir-lhe uma casa para a família.
Recital solidário de Rata Blanca: mas de 15 mil jovens inundaram a fábrica. Contou-se com delegados de trabalhadores do Hotel Bauen (recuperado por seus trabalhadores), delegados do subterrâneo, do Garrahan, aeronáuticos, de Pepsico Snak. Recital sem policiais em fábrica sem patrões.

Outubro: graças a nossa luta conseguimos a prorrogação da cooperativa de trabalho Fasinpat por 3 anos (outubro de 2009) para seguir operando a fábrica.

Novembro: festival de folclore em Zanon: Raly Barrionuevo, Duo Coplanacu, Presagio, e numerosos artistas da zona.

Dezembro: 8 mil pessoas participam do recital de Ataque 77 em Zanon. “A segurança a fazemos entre todos”.

2007

Fevereiro: mobilização ceramista à Legislatura Neuquenina para exigir a votação do projeto de lei.

Abril: Paralisação, mobilização e plano de luta docente, uma delegação ceramista acompanha aos trabalhadores/as da educação e reprimida duramente no Arroyito, a polícia fuzila publicamente aos companheiro Carlos Fuentealba.

1 de Maio: Ato em Casa do Governo exigindo a renuncia de Sobisch, julgamento e punição aos culpados, e plano de luta das organizações sindicais.

Junho: Jornada de luta cultural no clube Pacífico “Pelo julgamento e punição aos responsáveis materiais e políticos do fuzilamento público do companheiro Carlos Fuentealba”. Com a presença de Rafael Amor, Eduardo Guajardo, Claudio Sosa, Raly Barrionuevo, Cesar Cabezas e Sergio Castro, milhares de pessoas fizeram parte desta jornada.

Julho: Paralisação da filial 21 pela aparição com vida do companheiro Jorge Julio López, e mobilização junto a organizações provinciais.

Agosto: mobilização conjunta a Legislatura e Casa de Governo de Neuquen dos trabalhadores da Saúde e Zanon.

Setembro: Primeira saída de exportação de cerâmicos (Chile). Com isso se avança um passo além. A produção mensal alcança os 400 mil metros quadrados nos últimos meses, com 470 postos genuínos de trabalho.

Outubro: Um comissão de companheiros viaja ao encontro nacional da mulher em Córdoba, 30 mil participantes resolveram que o próximo ano, o encontro 23ª se realize em Neuquén.
-Em meio das eleições presidenciais e para governador, a Camara E de apelações de Buenos Aires nos encurta um ano a cooperativa transitória FASINPAT a pedido de uma empresa italiana SACMI. Mais uma vez mostra qual é a verdadeira política para os trabalhadores e o povo.

10 de Dezembro: realizamos um ENCONTRO DE FÁBRICAS RECUPERADAS onde participaram CUC-BAUEN-BRUKMAN, Coop de transporte EL SALVADOR Del Salvador, Renacer de Tierra Del Fuego.

22 de Dezembro: Inauguração da BIBLIOTECA dentro da fábrica.

2008

Intensificamos a campanha pela expropriação num ano decisivo.
Realizamos marchas, panfletagens e caravanas à Legislatura onde nos reunimos com deputados da comissão de assuntos constitucionais depois de uma e outra mobilização tão somente alguns deputados da oposição se tem pronunciado a favor da expropriação da fábrica, faltando a bancada do MPN que está a espera da decisão política do governador Jorge Sapag. Por sua vez, o poder executivo tem saído com a proposta da compra dos créditos privilegiados, o que significa destinar milhões de pesos para pagar a dívida fraudulenta da família Zanon e, em cima, não se evita o leilão da fábrica, diferente da expropriação que é uma solução definitiva.

30 de janeiro: O grupo ARBOLITO se soma a campanha pela Expropriação de Zanon tocando em Vuelta de Obligado em Neuquén.

21 de fevereiro: Las manos de FILIPPI vem a Neuquén tocar pela luta de Zanon e acrescentamos distintas reivindicações de companheiros em luta, têxtil Mafissa, Cassino Flotante, laboratório Fresenius, metalúrgica Dana. No marco de um endurecimento da repressão sobre tudo aos trabalhadores antiburocráticos. PELA VITÓRIA DE TODAS AS LUTAS!

04 de abril: A 1 ano do fuzilamento de Carlos Fuentealba.
A gestão operária mantém a decisão como resolvemos no começo do conflito de por a fábrica a serviço da comunidade e das lutas, participamos com delegações permanentes e fundo de greve para cada um dos conflitos, impulsionando reuniões nacionais de coordenação operária.

25 de abril: Doação de cerâmicos para casas.

12 de maio: Doação para o Hospital HELLER.

08 de junho: condenado a prisão perpétua o assassino Poblete: produto da luta e mobilização, deu-se um passo importante para os trabalhadores com a condenação a perpétua do assassino do companheiro Carlos Fuentealba. E queremos mais, pelo julgamente e punição dos responsáveis políticos e intelectuais do assassinato, em primeiro lugar o ex-governador Jorge SOBISCH, para o qual há que terminar com o pacto da impunidade.

15 de junho: Perante a organização dos trabalhadores na luta por salariais a recuperação de comissões internas e sindicatos, os governos tem respondido com repressão e processos. Desde Zanon sob controle operário junto ao Sindicato Ceramista de Neuquén se impulsiona a coordenação de todas as lutas a nível regional e nacional, colocamos uma campanha pelo desprocessamento de mais de 5000 trabalhadores por lutar, como os companheiros do Cassino, Mafissa, Ferroviários, do Subte, da alimentação, dentre outros.

16 de julho: Entrega de cerâmicos na ocupação ALMA FUERTE II, (oeste da cidade de Neuquén) se encontra mais de 600 famílias.

07 de agosto: “El colectivo Escribidor El Cuarto Fuego”, conformado por estudantes, graduados e docentes de diversos cursos da Universidade Nacional de Comahue realizaram seu proejto de extensão universitário Contrução coletiva das memórias de FASINPAT- ZANON. Escrever nossa história. Com o objetivo de apoiar a expropriação definitiva de Fasinpat/Zanon, cria-se um arquivo de relatos escritos, entrevistas, documentos sonoros e visuais para construir a história e contribuir ao enriquecimento da história social, relatada e escrita pelos próprios operários gerando um arquivo histórico para consulta e investigação das escolas e pesquisadores. O projeto, aprovado pelo Conselho de Extensão da UNCo, se soma também as ações de Zanon/Fasinpat pelo tratamento e sanção de um lei de expropriação, o decano da Faculdade de Humanidades, anunciou que o Conselho Diretivo desta faculdade expediu um apoio à sanção da lei de expropriação.

20 de agosto: começa o julgamento dos genocidas da ultima ditadura militar. Zanon sob controle operário somos parte ativa desta luta junto ao Sindicato Ceramista, porque a impunidade é parte da política do governo para manter intacto o aparato repressivo contra os que lutamos pelos nossos direitos.

Agosto: Encontro Nacional de Mulheres em Neuquén.
Começamos a debater em nossas assembléias a necessidade de impulsionar o projeto de uma escola secundária na fábrica.