À comunidadeActualidade
Uma nova crise econômica internacional começa a golpear o mundo e em nosso país. Durante este ano, se perderam mais de 70 mil postos de trabalho, a maioria na construção civil. Mas isto já começou a afetar a todos os ramos da produção e também os serviços. Mais uma vez, como nos anos anteriores, as manchetes dos diários e de todos os meios de comunicação anunciam demissões, suspensões, preventivos de crise, etc.
Por outra parte escutamos somente declarações das centrais sindicais sem tomar uma só medida, inclusive retrocedendo nas reivindicações salariais e de direitos.
Os governos, tanto nacional como provinciais, começam planos de salvamentos milionários para as grandes empresas.
Neste marco de uma nova crise econômica os operários e operárias de Zanón, depois de 7 anos de luta, temos conseguido impor na agente provincial a discussão da expropriação de nossa fábrica.
Quando a família Zanón a fechou, em plena crise de 2001, fomos nós operários quem pusemos a produzir a fábrica para defender os 260 postos de trabalho. Enfrentamos o boicote, tentativas de despejos e quiseram leva-la a leilão. Durante estes anos, e produto de nossa luta, se confirmaram nossas denuncias e a família Zanon foi processada por esvaziamento, lock out patronal e recentemente por evasão fiscal e tributária. A “justiça” nos deu razão, mas nenhuma solução.
Por isso fomos nós os que a pusemos em marcha. Durante todos estes anos não recebemos nenhum tipo de ajuda dos governos. Nem créditos, nem subsídios, nem nada. Com nosso esforço e o apoio da comunidade a fomos levando e criando postos de trabalho genuínos diretos e milhares de indiretos: pedreiras, fretes de caminhões e caminhonetas, a fábrica de caixas, e a compra de todos os insumos e matérias primas, etc.
Todos estes anos trabalhamos solidariamente com a comunidade. Com a construção de um Centro de Saúde, casas, doações mensais permanentes a escolas, hospitais, restaurantes, creches, famílias, etc.
Nosso projeto de lei é simples: que a fábrica se exproprie e fique em mãos do estado. Não queremos ser empresários nem donos. Que a produção se ponha a serviço de um plano de obras públicas de casas, escolas e hospitais para a comunidade e que o estado, garanta os salários e as condições para trabalhar. Essa expropriação tem que se fazer sem pagamento porque nem a população, nem os trabalhadores de Zanon, nem o Estado tem porque fazer cargo da dívida fraudulenta do grupo Zanón.
O governo e a maioria dos deputados consideram que a fábrica tem que passar a nossas mãos e que a expropriação tem que fazer-se sem indenização. Com sempre, nós estamos dispostos a debater as distintas idéias mas sempre sobre a base de defender os interesses dos trabalhadores e a comunidade. Nosso projeto foi apoiado por milhares de assinaturas e escrito com a universidade.
A crise econômica mundial já atinge a Argentina. Os patrões estão despedindo e suspendendo para manter seus lucros.
Inclusive as grandes Citabank ou General Motors. Os governos colocam milhões em resgates e subsídios de todo tipo.
Os operários e operárias de Zanón, que já resistimos a crise de 2001, ocupando a fábrica e colocando-a em produção, salvando nossos postos de trabalho, não podemos ser empurrados à rua novamente.
Justamente ante esta crise onde as empresas maiores e concentradas recebem milhões de dólares para salvar seus lucros, os trabalhadores temos que exigir ao governo subsídios e as garantias para poder trabalhar, para manter nossas fontes de trabalho.
Não para nos enriquecer como eles, senão para poder produzir sem pagar contas milionárias do gás ou luz que eles não pagam e seguir mantendo a fábrica a serviço da comunidade.
A crise econômica que já estão pagando os trabalhadores, nós já a passamos uma vez, e somos totalmente conscientes que os trabalhadores NÃO somos responsáveis da crise. Por isso que lhes reclamamos ao governo provincial e também ao nacional, as garantias para não por em risco uma vez mais nossa fábrica com seus mais de 450 postos de trabalhado.
Operárias e operários de Zanon – Sindicato Ceramista de Neuquén.
sábado, 29 de novembro de 2008
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